23 de julho de 2007

GRIL: QUEM SOMOS?

GRIL: QUEM SOMOS?

Um grupo de cidadãos que quer reflectir e intervir livremente.

Durante 20 anos, este grupo integrou a Associação que era conhecida pelo acrónimo APRIL. Durante 20 anos elegeu como raiz comum de todos as actividades desenvolvidas a necessidade imperativa do aprofundamento/aperfeiçoamento da democracia representativa, para a consolidar e defender de enquistamentos burocráticos, das tramas de corrupção e sempre de um latente afastamento entre os representantes eleitos e os representados que neles votaram. Durante 20 anos, fizemos constantes apelos à participação pública, ou seja, à transformação dos eleitores em cidadãos atentos, mesmo que apenas ocasionalmente cidadãos interventores; atentos também às muitas formas de aceitar as diferenças, nelas encontrando algumas complementaridades de pontos de vista.

Neste sentido, dezenas e dezenas de actividades foram realizadas :debates, tomadas de posição pública, participação com outras entidades em causas de interesse público local e nacional. Neste sentido, também dezenas de temas foram abordados: Timor, Construção Europeia, actos eleitorais em Portugal, os rios internacionais, a necessária nova cultura para a água, o “caso” Foz Côa, o ordenamento territorial, o emprego e a sustentabilidade, os molhes da Foz do Douro, a regionalização, a estrutura do estado, são apenas alguns exemplos de temas que foram sucessivamente questionados e com maior ou menor repercussão nos média e na cidade.

Nestes 20 anos, contudo, muita coisa mudou, quer em Portugal quer no Mundo: valerá a pena enunciar o que mudou? Todos sabemos: a consciência cada vez mais extensa que temos uma casa comum chamada Planeta Terra, em que a globalização e a sustentabilidade são afinal faces do mesmo poliedro, quase esfera, que habitamos. É uma mudança transcendente. Mas também passou a fazer parte do nosso quotidiano o “terrorismo” (será mesmo este o vocábulo indicado para designar algo que já é tão parecido com uma guerra mundial?) e a sua necessária contenção, que tem implicado não só graves erros estratégicos como beliscaduras indesejáveis na panóplia dos direitos humanos outorgados pelos sistemas democráticos. E estamos também prestes a integrar a compreensão de que as benesses do estado providência das democracias europeias não estão para ficar.

Nestes 20 anos, também as tecnologias de informação e de comunicação se alteraram profundamente. O mundo de há 20 anos atrás parece-nos a nós próprios, que o vivemos já adultos, obsoleto; já não nos espanta, por outro lado, a emergência de culturas regionais que reivindicam estatutos de autonomia relativamente aos estados centralizados – e não nos espanta, também, que o desafio lançado a cada um de nós da formação contínua, ao longo da vida, seja aceite como resposta ao novo tipo de ileteracia em que se tropeça semana a semana. E etc.- no que se refere à mudança.

Entendemos que estas mudanças conduzem agora este grupo a reflectir e a intervir doutra maneira. Mais livre e ágil; mais ágil e mais livre nas intervenções. Livre de quê? Essencialmente: de ideias pré-concebidas, de sistemas de pensamento com ressaibos ideológicos já secos há muito.

Entendemos que, para tal, precisamos de uma fórmula orgânica mais leve e mais elástica.

Conduziremos periodicamente para este espaço os resultados de algumas das nossas reflexões. Mesmo que essas reflexões se limitem a interrogações para as quais não encontrámos nós – ainda – resposta – e daí, dos outros lados deste espaço, esperamos que elas surjam.

Até à próxima.




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